Flores para Algernon, de Daniel Keyes

7:00 AM


A princípio fiquei sem entender como um obra escrita na década de 60 e tão pertinente só ter encontrado espaço agora no Brasil, mas a verdade é que a tradução de "Flores para Algernon", de Daniel Keyes, só chegou em 2018. Antes tarde do que nunca, vejamos assim.

SINOPSE: Uma cirurgia revolucionária promete aumentar o QI do paciente. Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual severa, é selecionado para ser o primeiro humano a passar pelo procedimento. O experimento é um avanço científico sem precedentes, e a inteligência de Charlie aumenta tanto que ultrapassa a dos médicos que o planejaram. Entretanto, Charlie passa a ter novas percepções da realidade e começa a refletir sobre suas relações sociais e até o papel de sua existência.

"Não mimporto muito em ser famoso. Só quero ser esperto como as outras peçoas para poder ter amigus que gostam de mim."

A quantidade de erros na escrita refletem o baixo QI de Charles ao mesmo tempo em que as palavras revelam seu sentimento: querer aprender para ter amigos. Para quem viveu por mais de 30 anos num mundo em que parecia não haver lugar para ele, nada mais natural do que buscar ser aceito, ser partícipe. O que ele não sabia era que essa busca é de todos, inclusive daqueles de QI altíssimo. Afinal, a vida é mais do que inteligência.

"Inteligência e educação sem doses de afeto humano não valem droga nenhuma".

Narrado em primeira pessoa por Charles por intermédio de seus relatórios de progresso, podemos acompanhar passo a passo a sua transformação, o sue encontro com o passado e o seu declínio.

Profundo e comovente, Flores para Algernon é um daqueles livros em que tocam os leitores sem ser apelativo. O que mais chama a atenção talvez seja a dualidade de quão diferentes e parecidos podemos ser de Charles. Toca ainda mais quando nos assemelhamos àqueles que rodeiam Charles, sejam seus "amigos" da padaria ou os cientistas que levam à frente o experimento. De um jeito ou de outro, a obra nos expõem como somos: humanos. Cheios de qualidade e defeitos. Limitações que muitas vezes impõem ao outro um tratamento não merecido.

"Que estranho é o fato de pessoas de sensibilidade e sentimentos honestos, que não tirariam vantagem de um homem que nasceu sem braços ou pernas ou olhos, não verem problema em maltratar um homem com pouca inteligência".

Publicado originalmente em 1966, Flores para Algernon foi o grande expoente da carreira do escritor, ganhador do prêmio Nebula e inspiração para o filme Os Dois Mundos de Charly (1968) – que garantiu a Cliff Robertson o Oscar de Melhor Ator.

O livro pode ser lido gratuitamente no formato eBook por quem tem assinatura do Kindle Unlimited.

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FICHA TÉCNICA

Editora : Editora Aleph; 1ª edição (10 julho 2018)

Idioma : Português

Capa dura : 288 páginas

ISBN-10 : 8576573938

ISBN-13 : 978-8576573937

Dimensões : 21.2 x 13.6 x 2.2 cm

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