Somos Humanos
2:58 PM
No entanto, não aguento mais a campanha #somosmacacos e todas as fotos com bananas postadas nas redes sociais. Tem celebridade por aí se aproveitando pra voltar pra mídia, outras tentando vender produto. Claro que o assunto é sério, merece toda atenção e repercussão. O cara que jogou a banana, inclusive já foi preso pela autoridades espanholas. Mas, desculpa, eu não sou macaco.
Sou humana. Somos humanos. Somos vítimas de preconceito constantemente e somos preconceituosos também. Pode não ser racial. Eu, particularmente, nunca senti. Sou branca, olhos claros. Tanto que, quando vivi na Espanha por um ano, ninguém acreditava que eu fosse brasileira. O que poderia parecer um “elogio”, na verdade, é marca também do preconceito. Do estereótipo que o Brasil tem perante o mundo.
Sou humana. Somos humanos. Somos vítimas de preconceito constantemente e somos preconceituosos também. Pode não ser racial. Eu, particularmente, nunca senti. Sou branca, olhos claros. Tanto que, quando vivi na Espanha por um ano, ninguém acreditava que eu fosse brasileira. O que poderia parecer um “elogio”, na verdade, é marca também do preconceito. Do estereótipo que o Brasil tem perante o mundo.
Ai você vai dizer: “isso não é nada!”. Conto, então, uma historinha rápida de quando morava na Espanha: um dia, estava num café e uma senhora pediu para compartilhar a mesa comigo, pois estava realmente cheio o lugar. Ok. Começamos a conversar até que meu sotaque me entregou e ao dizer que era brasileira, a conversa mudou de rumo. A postura dela também. Começou a me olhar dos pés à cabeça. Mencionou a minha roupa “bonita”. Estranho... Até que a verdade veio à tona: há uns dias havia sido descoberto um bordel cheio de brasileiras ali perto. Seria eu uma prostituta? Não. Estou cursando uma pós-graduação na universidade mais prestigiada de toda a comunidade autônoma. Ah, e com bolsa de estudos!
A questão é, somos vítimas de preconceito sempre. Pode ser pela cor da pele, pela religião, pela opção sexual, pelo País de origem, pelo gênero. Não interessa. E somos preconceituosos também. Vai dizer que nunca mudou de calçada quando viu alguém mal vestido e pensou que poderia ser vítima de assalto? Chamou alguém de Paraíba por ser nordestino ou pensou “só porque ele é homem!”? O que nos diferencia é como respondemos aos atos preconceituosos. São essas respostas que irão mudar essa cultura e nos fazer ser respeitados pelo que somos e não pelo que acham que somos. Então, vamos parar com as bananas porque já deu. Não somos macacos! E foi exatamente isso que li da atitude de Daniel Alves. Ele respondeu: “Sou um ser humano e mereço respeito!”.
#prontofalei
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