O melhor conselho que recebi

5:25 PM

Respondendo ao título do post, acho que posso dizer que se não o melhor, mas um conselho que sempre levo comigo foi "Não existe nada que você não possa fazer!". Me explico: estava no comecinho da faculdade de jornalismo e um dia, voltando para casa, encontrei na parada de ônibus um outro estudante, mas de um semestre bem avançado. Conversando sobre oportunidades de trabalho, de estágio, ele me disse que em qualquer entrevista que eu fosse e alguém me perguntasse: 'você sabe fazer isso?' ou 'Você entende disso?', eu sempre respondesse que sim, mesmo que não tivesse idéia do que fosse. Ele falou que o quê eu não soubesse, eu poderia aprender. Era só ir e fazer. E foi assim, dizendo que sabia algo - que eu realmente não sabia -, que consegui meu primeiro estágio. E logo, fazendo e aprendendo coisas novas consegui o segundo estágio, meu primeiro emprego... Confiei no meu potencial e terminei a faculdade e fiz pós-graduação. E acredito, sinceramente que não existe nada que eu não possa fazer. Pode ser que hoje eu não saiba como, mas depois de um tempinho com empenho e dedicação, eu vou aprender e fazer com todo esmero que puder!

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A idéia do post veio dessa matéria que só hoje vi no site da Época (publicada em 31/12/2009 e Atualizada em 18/03/2010).

Alguns conselhos, estão transcritos logo abaixo:

Cuide mais das qualidades

"Certa vez, eu estava conversando com o Robert Gallo, que descobriu o vírus da aids, e ele disse: ‘Você é um rapaz criativo. E nós, pessoas criativas, temos de tomar mais cuidado com nossas qualidades que com nossos defeitos’. Porque os defeitos você sabe quais são e pode se defender deles, mas, das qualidades, não. Os criativos criam tantas coisas que depois não conseguem levar adiante o que criam, e isso pode ser uma arma contra a própria pessoa. O Gallo me disse isso na casa dele, num almoço, em 1995. Ele me conhece, sabe sobre meu trabalho aqui no Brasil, e a gente vivia trocando ideias. Ele falou por experiência própria, porque, esse tipo de conselho, nunca ouvi em lugar nenhum. Ele é muito entusiasmado com suas ideias e toma esse conselho para si mesmo. Eu também tenho essa tendência de pensar coisas diferentes, de ser empreendedor, de pensar assim: ‘Vamos fazer’. Ao mesmo tempo, reflito: ‘Será que tenho condição de levar até o fim?’. Se você é preguiçoso, toma precauções contra a preguiça. É mais fácil. Agora, se você é generoso, essa generosidade pode te destruir também. Hoje, sou muito cuidadoso e, quando surge algo novo, penso no tempo que aquilo me tomará e de onde eu vou tirar tempo para aquilo. Porque pode chegar uma hora em que não haja tempo para mais nada. Então é preciso decidir, pensar bem."

Drauzio Varella, 66 anos, médico

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Nunca se explique

"Era 1964. Eu tinha 30 anos e estava fazendo pós-graduação nos Estados Unidos. No Brasil, o golpe militar trouxe um clima em que qualquer coisa era subversão. Não era preciso fazer nada para ir preso. Muitos amigos meus foram assassinados. Eu escrevia artigos falando de liberdade, nada explícito contra o regime, mas é claro que eu era contra ele. E assim ganhei inimigos. Eu tinha sido pastor. Pessoas que não gostavam de mim dentro da igreja começaram a me fazer acusações. Nada era claro. Nunca sabemos direito como são as coisas. Chegavam mensagens do tipo ‘consta que existe um documento contra você’ e tal. Eram ameaças. E, naquela época, até provar que focinho de porco não era tomada elétrica... Eu quis me defender. Publiquei artigos em revistas americanas para me explicar. Não houve repercussão. Foi então que meu professor de filosofia na universidade, muito sábio, me deu o melhor conselho que já me deram na vida. Ele me disse: ‘Rubem, nunca se explique. Para seus amigos, não é preciso se explicar. Para seus inimigos, é inútil se explicar’. Eu tentei seguir o conselho. Sempre tento, mas muitas vezes eu desobedeço. Ninguém segue conselho, né?"

Rubem Alves, 76 anos, mineiro, escritor, educador

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Sucesso ou fracasso não são para sempre

"Em 1998, eu fazia um espetáculo chamado Um tal de Dom Quixote, com a Companhia Bando de Teatro Olodum. Meu papel era o de Sancho Pança. Quando a crítica do espetáculo saiu na imprensa, me fazia enormes elogios. Disse que eu havia roubado a cena. O título era: ‘Um tal de Sancho Pança’. Fiquei exultante e fui mostrar a crítica à minha diretora, Cica Carelli. Ela me disse: ‘Mas por que você está comemorando tanto? Saiba que não existem nem sucesso nem fracasso permanentes’. Na hora, fiquei chateado por ela ter cortado a minha onda. De lá para cá, vi que é exatamente assim. Devemos ser comedidos nas alegrias e nas tristezas da profissão. O conselho que ela me deu, na verdade, formou parte de minha personalidade, pauta quem sou hoje. Depois de fazer televisão e de ficar mais popular, com novelas de grande sucesso, sempre penso nisso e comento sobre o que faço com o máximo de normalidade. Eu me tornei realmente consciente da possibilidade desses altos e baixos. Isso me ajuda muito a ter equilíbrio no trabalho e na vida."

Lázaro Ramos, 30 anos, baiano, ator

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Só você pode se derrotar

"Na época da ditadura, eu estava presa no Dops, em São Paulo. Como as celas estavam lotadas de presos políticos e havia menos mulheres do que homens, botavam a gente nas solitárias. Então, fui parar em uma solitária. Estávamos eu e uma jovem de 21 anos chamada Leslie Denise, a Lelé. Um dia bateram na nossa porta com uma caneca. Pela janelinha, vimos um velhinho de olhos azuis. Com bandagens nos pulsos, ele disse assim: ‘Oi, meu nome é Jacob Gorender. Como é que vocês se chamam?’. Entre os presos havia dois estrangeiros do Al Fatah (facção palestina). Um deles nos contou que o velhinho era o doutor Jacob Gorender. Fizeram barbaridades com ele e passamos a cuidar dele. Lavávamos sua roupa, amassávamos abacate, botávamos açúcar, limãozinho. Ficamos amicíssimas dele. A gente o achava velho, mas ele tinha 47 anos. Um dia, ele me deu um conselho: ‘Só tem uma coisa que você não pode fazer’, disse para mim e para Lelé. ‘Vocês não podem achar antecipadamente que eles (do Dops) sabem tudo, porque, se você achar que eles sabem tudo, que entendem tudo e são tão poderosos, vocês já se derrotaram’. Então, na vida, você não pode achar nunca que as pessoas sabem tudo ou são tudo. Se você não for capaz de entender o que a outra pessoa quer de ti, como é que ela te atinge, se você não for capaz de fazer isso, você já perdeu. E a frase dele era a seguinte: ‘Cuidado. Só você pode se derrotar’."

Dilma Rousseff, 61 anos, mineira, ministra-chefe da Casa Civil

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E você, qual o melhor conselho que você recebeu?

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