Longo e claro rio, de Liz Moore

10:29 AM


"Longo e claro rio”, da autora americana Liz Moore, foi o livro de fevereiro da TAG Inéditos. Vendido como um thriller, a obra passa longe disso. Os assassinatos são totalmente secundários à narrativa e isso acaba decepcionando. A obra não empolga como tal.

No entanto, temos que dizer que a história possui várias camadas. Narrado em primeira pessoa por Mickey, ela é a típica heroína, tanto que em determinado momento ela diz que sempre buscou ter uma vida honrada mesmo não sabendo o motivo. Correta, imbuída por valores e princípios, mesmo assim, tive dificuldade de me apegar a ela. Afinal, a vida não é tão preto e branco, especialmente, se tratando dos temas controversos tratados no livro. Tanto que próximo ao final descobrimos coisas sobre nossa heroína que corroboram a dualidade do ser humano.

O vilão é outro personagem clássico, o assassino que não chama a nossa atenção nem causa comoção. A sensação é de que a trama de fato girou em torno dos anti-heróis. Neles é que encontramos as reflexões que a autora quis trazer: família, consumo de drogas, corrupção, segundas - terceiras, quartas, quintas - chances... 

A trama gira em torno de duas irmãs, Kacey e Mickey, que após uma infância inseparável, escolheram caminhos bastante diferentes: uma delas vive nas ruas, abandonada ao próprio vício em opióides; a outra percorre os mesmos quarteirões fazendo rondas policiais. Em hora não se falem, Mickey nunca deixou de se preocupar com a irmã. Quando Kacey desaparece misteriosamente em meio a uma sequência de assassinatos no bairro, Mickey não mede esforços para encontrar Kacey.

A visão da autora é pessimista e, portanto, não espere por finais felizes. O desfecho para os mistérios virá, mas a resolução dos conflitos dos nossos personagens, esses precisam bem mais do que 350 páginas.

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