O Brasil que me orgulha

9:22 AM


A abertura dos Jogos Pan-Americanos não me deixou orgulhosa. A Vila Pan-Americana mais luxuosa que a de Atenas também não me deixou orgulhosa. Porque esse não é o Brasil. É uma mera imagem que se quer passar para o mundo e um mundo bem reduzido por sinal, porque esses jogos não serão destaque na Europa, na Ásia ou na África; nem mesmo nos EUA e Canadá, que só enviam ateltas de segundo escalão para a competição.

O verdadeiro Brasil do qual me orgulho é o de Diogo Silva. Isso mesmo: Silva como eu, afrodescendente, que ganha cerca de R$ 600 ao mês, que se emociona ouvindo o hino nacional, que cresceu em uma comunidade ciolenta de Campinhas (SP), responsável pela perimeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos, num esporte sem tradição no País, o taekwondo.

Incentivo ao esporte não tem nada a ver com trazer o Pan ou uma Olimpíada ou uma Copa do Mundo. Política séria na área esportiva tem haver com investimento nas pessoas, nas crianças e jovens dentro das escolas, em comunidades carentes, valorizando a prática, captando recursos, levando a diante projetos e programas a longo prazo que tragam dignidade às pessoas.

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