É horrÃvel fazer referencia ao que já passou, mas sinto-me pior se não comentar que ontem, dia 23 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Livro. Acho que não me sinto tão mal em lembra-lo aqui um dia depois, porque posso justificar-me, já que no Dia do Livro ao invés de estar aqui escrevendo, estava aproveitando as promoções para comprar livros!
Aqui em Donostia/San Sebastián as principais livrarias montaram stands numa as principais praças da cidade e venderam com desconto todos livros. Foi um momento que misturo prazer e dor. A parte boa, claro, era a abundancia de livros a nossa disposição em um único lugar. Já a ruim, era não ter dinheiro para levar todos...
Eu rodei toda a feira para me presentear com apenas dois, mas quero crer que foram bem escolhidos: “La Catedral del Mar”, do escritor catalão Ildefonso Falcones; e o clichê “El amor en los tiempos del Cólera”, de GarcÃa Márquez.
Aqui em Donostia/San Sebastián as principais livrarias montaram stands numa as principais praças da cidade e venderam com desconto todos livros. Foi um momento que misturo prazer e dor. A parte boa, claro, era a abundancia de livros a nossa disposição em um único lugar. Já a ruim, era não ter dinheiro para levar todos...
Eu rodei toda a feira para me presentear com apenas dois, mas quero crer que foram bem escolhidos: “La Catedral del Mar”, do escritor catalão Ildefonso Falcones; e o clichê “El amor en los tiempos del Cólera”, de GarcÃa Márquez.
Como uma coisa leva a outra e um link leva a outro site, hoje navegando pelo Máquina de Letras, encontrei o Cena 7 e daÃ, o Orlando Pedroso, que assina a ilustração abaixo, em homenagem a uma pessoa querida que apesar de ter um corpo cearense, vive sob os 45° a sombra de Teresina...
Peguei “Ciudad de Dios” na biblioteca. Não havia lido em português e agora parecia ser uma oportunidade de ler, mas em castellano.
Eu disse, oportunidade? Ah, foi isso que eu pensei até ler “Zé Miúdo”... Por Deus!!! É Zé Pequeno, porra!
E não conseguir ir mais além...
Eu disse, oportunidade? Ah, foi isso que eu pensei até ler “Zé Miúdo”... Por Deus!!! É Zé Pequeno, porra!
E não conseguir ir mais além...
Dois mundos: um real e um mágico. No entanto, os dois extremamente cruéis e desoladores. "El laberinto del fauno" não se trata de um filme meramente fantástico como muitos esperam. A realidade mágica não serve de escape para Ofélia (Ivana Baquero), de 13 anos, que convive com a mãe, Carmen (Ariadna Gil), grávida em estado avançado e com muitas complicações e o padrasto, Vidal (Sergi López), que é capitão fascista durante o pós-guerra na Espanha.
Ao contrário, nesse mundo mágico com fadas e faunos, a menina, que acredita-se ser uma princesa do mundo subterrâneo que fugiu a muito tempo, terá que vencer três provas para poder regressar a esse mundo mágico.
Na realidade, a jornada empreendida pela menina pode ser comparada, a grosso modo, com a luta dos rebeldes contra o capitão Vidal. São sobreviventes que, apesar de não verem muito além da dor e do desespero e não vislumbrarem uma vitória real, seguem persistindo. Esse núcleo do filme é extremamente humano e conflituoso, que cria no longa um contexto social e histórico muito rico.
Não obstante, o filme sinaliza para alternativas mais esperançosas. Num determinado momento, quando Ofélia está presa em seu quarto, a jovem diz ao fauno que não pode sair, porque “a porta está fechada” e o fauno entregando-lhe um giz mágico lhe responde “pois faça a sua própria porta”. Não faltam, ainda, aquela que se sacrifica pelo inocente, o castigo do vilão e o final feliz da protagonista.
Ao contrário, nesse mundo mágico com fadas e faunos, a menina, que acredita-se ser uma princesa do mundo subterrâneo que fugiu a muito tempo, terá que vencer três provas para poder regressar a esse mundo mágico.
Na realidade, a jornada empreendida pela menina pode ser comparada, a grosso modo, com a luta dos rebeldes contra o capitão Vidal. São sobreviventes que, apesar de não verem muito além da dor e do desespero e não vislumbrarem uma vitória real, seguem persistindo. Esse núcleo do filme é extremamente humano e conflituoso, que cria no longa um contexto social e histórico muito rico.
Não obstante, o filme sinaliza para alternativas mais esperançosas. Num determinado momento, quando Ofélia está presa em seu quarto, a jovem diz ao fauno que não pode sair, porque “a porta está fechada” e o fauno entregando-lhe um giz mágico lhe responde “pois faça a sua própria porta”. Não faltam, ainda, aquela que se sacrifica pelo inocente, o castigo do vilão e o final feliz da protagonista.
Um dos grandes romances da literatura inglesa, "Razao e Sensibilidade", de Jane Austen, explora a sutileza e ironia da sociedade no século XVIII, através das irmas Elionor e Marianne. Bonitas e inteligentes, mas antagônicas em personalidade, representam duas respostas femininas (razao e sensibilidade) à hipocrisia de um tempo quando o que mais importava eram os bens materiais e as posiçoes sociais. No entanto, apesar de reagirem de forma distinta, quando estao diante do amor, as irmas respondem aos sentimentos de forma semelhante.
Algumas citaçoes do livro:
"Nao é o momento ou a oportunidade que geram amizade e confianza, e sim, a inclinaçao de um ser a outro. Sete anos sao, talvez, insuficientes para que duas pessoas possam se conhecer, nao obstante, para outras bastam sete dias". (pág. 54)
"O triunfo de me ver vencida será acessÃvel a todos, Elionor. Os que sofrem nao podem ser tao orgulhosos e independentes como lhes pareçam (somente podem resistir ao insulto ou devolver a mortificaçao)." (pág. 154)
"Depois de tudo, Marianne, o que me parece atraente na idéia de um só amor constante, tudo aquilo que se pode dizer e imaginar de uma felicidade casada com uma só pessoa, é um sonho que nao se encaixa na realidade." (pág. 213) Aos interessados em ter o e-book de "Razao e Sensibilidade", é só clicar aqui. É necessário ter o programa E-mule instalado em seu computador.
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DADOS TÉCNICOS
TÃtulo: Sentido y Sensibilidad (lido em Castelhano)
Autora: Jane Austen
Editora: Plaza Janés
Ano da Publicaçao: 1998
ISBN: 84-01-01108-6
312 páginas
"Quando nossa inteligência nao está disposta a deixar-se convencer, encontra sempre algo onde apoiar a dúvida"
Jane Austen
Jane Austen
(Fragmento do livro "Razao e Sensibilidade", livro que está em minha cabeceira atualmente)
Até agora para mim, Isabel Allende era sinônimo de ficção. Sua capacidade de nos envolver em seu ambiente mágico com seus espÃritos, seus idiomas do coração, seus animais totêmicos, vinha me fascinando nos últimos anos. Com "Paula", no entanto, descobri a Isabel mulher, mãe, avó. A mulher lutadora, mas também cheia de contradições como todas nós mulheres.
O livro é um relato comovente, pessoal e Ãntimo. Foi escrito quando estava em Madri (Espanha) para o lançamento de Plano Infinito e sua filha, Paula, entrou em coma. Junto ao leito da filha ela começou a escrever em seu caderno de recordações suas angustias enquanto lembrava de outros momentos vividos em famÃlia.
“Escuta, Paula, vou lhe contar uma história para que quando acorde não esteja tão perdida”.
Mas o que poderia ser um mero relato num caderno, com o passar dos meses, foi se convertendo num livro revelador.
“- Porque chora? – me perguntou com uma voz desconhecida.
- Porque tenho medo. Te amo, Paula.
- Eu também te amo, mamãe...
Isso foi o último que me disse, filha. Instantes depois você delirava recitando números, os olhos fixos no teto. Ernesto e eu ficamos ao seu lado durante toda à noite, consternados, revezando a única cadeira disponÃvel, enquanto em outras camas da enfermaria agonizavam uma anciã, gritava uma mulher demente e tentava dormir uma cigana desnutrida e marcada por golpes”.
Acompanhamos essa experiência, que a própria Isabel define como de “imobilidade”.
“Passei quarenta e nove anos perseguindo metas que não me lembro, em nome de algo que sempre estava mais adiante. Agora estou obrigada a permanecer quieta e calada, por muito que corra não chego a nenhum lugar, se grito ninguém me escuta. Você tem me dado silencio para examinar minha trajetória nesse mundo, Paula, para retornar ao passado verdadeiro e ao passado fantástico, recuperar as memórias que outros esqueceram, lembrar o que nunca aconteceu e que talvez nunca acontecerá”.
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DADOS TÉCNICOS
TÃtulo: Paula
Autora: Isabel Allende
Editora: Plaza & Janés Editores S.A.
Ano de publicação: 1994
ISBN: 84-01-38523-7
366 Páginas
O livro é um relato comovente, pessoal e Ãntimo. Foi escrito quando estava em Madri (Espanha) para o lançamento de Plano Infinito e sua filha, Paula, entrou em coma. Junto ao leito da filha ela começou a escrever em seu caderno de recordações suas angustias enquanto lembrava de outros momentos vividos em famÃlia.
“Escuta, Paula, vou lhe contar uma história para que quando acorde não esteja tão perdida”.
Mas o que poderia ser um mero relato num caderno, com o passar dos meses, foi se convertendo num livro revelador.
“- Porque chora? – me perguntou com uma voz desconhecida.
- Porque tenho medo. Te amo, Paula.
- Eu também te amo, mamãe...
Isso foi o último que me disse, filha. Instantes depois você delirava recitando números, os olhos fixos no teto. Ernesto e eu ficamos ao seu lado durante toda à noite, consternados, revezando a única cadeira disponÃvel, enquanto em outras camas da enfermaria agonizavam uma anciã, gritava uma mulher demente e tentava dormir uma cigana desnutrida e marcada por golpes”.
Acompanhamos essa experiência, que a própria Isabel define como de “imobilidade”.
“Passei quarenta e nove anos perseguindo metas que não me lembro, em nome de algo que sempre estava mais adiante. Agora estou obrigada a permanecer quieta e calada, por muito que corra não chego a nenhum lugar, se grito ninguém me escuta. Você tem me dado silencio para examinar minha trajetória nesse mundo, Paula, para retornar ao passado verdadeiro e ao passado fantástico, recuperar as memórias que outros esqueceram, lembrar o que nunca aconteceu e que talvez nunca acontecerá”.
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DADOS TÉCNICOS
TÃtulo: Paula
Autora: Isabel Allende
Editora: Plaza & Janés Editores S.A.
Ano de publicação: 1994
ISBN: 84-01-38523-7
366 Páginas